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87-1 | Tolerância e degradação do herbicida mesotrione pelas estirpes Rhizobium tropici CIAT 899 e R. freirei PRF 81, recomendadas para inoculação do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) | Autores: | Tullio, L.D. (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Paulitsch, F. (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Pileggi, M. (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) ; Hungria, M. (EMBRAPA SOJA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) ; Batista, J.S.S. (UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa) |
Resumo Rizóbios são capazes de estabelecer simbiose com plantas leguminosas, levando à formação de nódulos nas raízes, no interior dos quais ocorre a fixação biológica de nitrogênio (FBN). A cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) no Brasil beneficia-se da inoculação com as estirpes Rhizobium tropici CIAT 899 e R. freirei PRF 81. Atualmente, sabe-se que o benefício da inoculação com rizóbios selecionados vai além da FBN; um exemplo de benefício é via tolerância e degradação de xenobióticos, permitindo a sobrevivência de outros microrganismos associados à manutenção da fertilidade do solo, além de proteger espécies vegetais sensíveis. Nesse contexto, analisamos a capacidade de tolerância e degradação pelas estirpes CIAT 899 e PRF 81 frente ao herbicida sulfrentrazone. A capacidade de tolerância foi avaliada para ambas as estirpes, através da determinação da cinética de crescimento em meio de cultivo líquido YM (controle) e YMS (YM + 0,0049 mM de sulfentrazone), durante 32 h, a 28ºC. Posteriormente, a capacidade de degradar o herbicida foi avaliada para ambas, em HPLC, durante 35 h, por meio do decréscimo do pico correspondente à molécula do sulfentrazone. Os resultados mostraram que ambas são capazes de tolerar e degradar a dose de campo do herbicida, alcançando crescimento compatível ao tratamento controle. Sabe-se que herbicidas podem limitar a FBN; nossos resultados indicam que CIAT 899 e PRF 81 tem potencial de manutenção da capacidade simbiótica, mesmo em presença de herbicidas. Quanto à capacidade de degradação, CIAT 899 foi capaz de degradar 95% do sulfentrazone após 24 h de incubação, enquanto PRF 81 degradou apenas 6% no mesmo período. Estes resultados indicam que estas estirpes utilizam estratégias adaptativas distintas, para manter suas taxas de crescimento na mesma proporção que a observada na ausência do herbicida. Através do sequenciamento dos genomas das estirpes CIAT 899 e PRF 81, foi possível observar que ambas são geneticamente equipadas para enfrentar condições de estresse abiótico. Através da comparação dos dados genômicos, buscaremos identificar os determinantes moleculares relacionados a tal comportamento diferencial frente ao herbicida testado. CIAT 899 é reconhecidamente mais resistente a agentes antimicrobianos e metais pesados do que outros microssimbiontes do feijoeiro; nossos resultados indicam que tal resistência também é observada para compostos xenobióticos e parece estar relacionada à sua capacidade de degradação. Palavras-chave: biorremediação, fixação biológica de nitrogênio, adaptação |